sábado, 26 de abril de 2014

Eles comem tudo e não deixam nada!

Infelizmente sentimos, nós os portugueses, mas também grande parte dos europeus na carne a dureza e actualidade deste verso do Zeca Afonso.
Leiam com atenção o relatório divulgado em Março passado pela EAPN Portugal cujo título é "Indicadores sobre a pobreza. Dados europeus e nacionais".

E quem é a EAPN?
EAPN deve a sua sigla ao inglês European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti-Pobreza) sendo uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1990, em Bruxelas. A organização está representada em 30 países , nomeadamente em Portugal, através de redes nacionais. 

Há mais de 20 anos [17 de Dezembro de 1991] a actuar no nosso país, a EAPN Portugal é uma organização, reconhecida como Associação de Solidariedade Social, de âmbito nacional, obtendo em 1995, o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD). A acção da EAPN Portugal, sediada no Porto, estende-se a todo o país através de 18 Núcleos Distritais.

Em 2010 foi-lhe atribuído, pela Assembleia da República, o Prémio Direitos Humanos. A decisão, unânime, foi tomada por um júri constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. 

E o que diz, resumidamente, o relatório? 
A despesa com a protecção social consiste nos pagamentos para benefícios em protecção social, que são transferidos para os indivíduos ou agregados cobrindo um conjunto de riscos ou necessidades e, em 2011, as despesas com a protecção social foram equivalentes a 19.6% do PIB (UE27). 
O peso da saúde e da protecção social juntos no total da despesa pública é baixo nos 12 Estados Membros, que integraram recentemente a UE, assim como em Portugal, onde representa menos da metade do total das despesas nacionais. 
Em 2012, 24.8% da população europeia (aproximadamente 124.5 milhões de pessoas na UE-28) era considerada como estando em risco de pobreza e/ou exclusão social, de acordo com a definição adoptada pela Estratégia 2020. O valor registado para Portugal era de 25.3%. 
Continuam a ser as crianças o grupo mais vulnerável a situações de pobreza ou exclusão social. A taxa de risco de pobreza ou exclusão social para as crianças subiu em 2012 para 28.1% (UE28) (2010: 26.9%, UE28). Para Portugal e segundo a Eurostat a taxa de risco de pobreza para as crianças foi de 27.8% (2010: 28.7%). 
 No que diz respeito à população idosa a taxa de risco de pobreza e exclusão social diminuiu na UE28 de 19.8% em 2010 para 19.3% em 2012. No caso português essa taxa também diminuiu para 22.5% em 2012 (26.1% - 2010). 
 Tendo em conta a composição do agregado familiar verificou-se que para 2011 e para a UE27, são as famílias monoparentais com filhos a cargo (49.8%) que estão em maior risco de pobreza ou exclusão social, logo seguidos das pessoas solteiras (34.5%) e pelos agregados formados por 2 adultos e 3 ou mais crianças dependentes (30.8%). 
 Verificou-se que mais de 10.4% da população da UE28 foi considerada como vivendo em agregados com baixa e muito baixa intensidade de trabalho. Portugal integra o grupo de países onde se verificou um aumento deste indicador. 
 Em 2012, 9.9% da população da UE foi considerada como estando em situação de privação material severa. 
 Em 2012, 17% da população da UE27 encontrava-se em risco de pobreza isto é, com rendimentos inferiores ao limiar de 60% do rendimento mediano equivalente. Em Portugal essa taxa foi de 18.7%. Relativamente à Pobreza ancorada no tempo, tendo por base um limiar de pobreza fixo em 2008, essa taxa seria para Portugal de 19.4% e para a UE27 de 18.2% (2012). 
  O Eurostat aponta uma taxa de desemprego em Fevereiro de 2014 para a UE28 de 10.6% e que se traduz em 25 920 milhões de homens e mulheres sem emprego. Em Portugal essa taxa foi de 15.3% em Fevereiro de 2014
 Relativamente ao desemprego jovem, 5 392 milhões de jovens (com idades inferiores a 25 anos) estavam desempregados na UE28 (3 415 milhões na zona euro). A taxa de desemprego jovem para a UE28 foi de 22.9% em Fevereiro de 2014
 De acordo com os dados disponibilizados pelo Eurostat grandes desigualdades na distribuição do rendimento foram verificadas entre a população da UE27 em 2011: 20% da população com o rendimento disponível mais elevado, recebia 5 vezes mais do que 20% da população com o mais baixo rendimento disponível. 
 Em 2011, 11.5% da população da UE27 (Portugal: 7.2%) viviam em agregados nos quais gastavam mais de 40% do seu rendimento disponível com a habitação. 
 A população europeia está a aumentar, enquanto a estrutura etária está a envelhecer (com a entrada na reforma das gerações do pós-guerra), as pessoas vivem mais, a esperança de vida continua a aumentar, mas o índice de fertilidade aumenta muito lentamente. Em 2012, e para a UE27, a percentagem de população jovem (0-14 anos de idade) foi 15.6% na UE27 (PT: 14.8%), a percentagem de pessoas em idade activa foi 66.6% (PT: 65.8%) e a população idosa (65 ou mais anos) 17.8% (PT: 19.4%). 
 Em termos de índice de dependência dos idosos verificou-se que para 2012 e para a UE27 este foi de 26.8% (29.6% em PT), ou seja, havia cerca de 4 pessoas em idade activa para cada pessoa com 65 ou mais anos. 
 Segundo a OCDE, as projecções indicam que a população portuguesa com 65 e mais anos, em 2050, poderá aumentar 32% e a população com 80 ou mais anos, 11%. As projecções são superiores às médias esperadas para a OCDE: 25.7% e 10% respectivamente. 

Perante isto alguém duvida que é fundamental arrasar com esta gente que nos escraviza?
E é na Europa que a luta se trava!
Votar aí, contra esta gente, é fundamental!
Caso contrário será a miséria eterna ou a revolta violenta num futuro indeterminado...
Está na nossa mão (por enquanto) travar estes ataques. 

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