segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Será que Portugal está a acordar?

Ou será que os escândalos financeiros e de corrupção são tantos, e de montantes tão elevados, que já não se conseguem esconder?
Mas seja por que motivo for a sua divulgação, em artigos de opinião, nos media de centro direita já é uma lufada de ar fresco para a nossa vida colectiva.
Talvez assim as pessoas se comecem a indignar, pública e fortemente, contra aqueles que, por interesses ocultos, incompetência ou opção política, deixaram que o estado fosse capturado por estes bandidos.

Dois bons exemplos do que acabei de afirmar são:

Uma entrevista na SIC Notícias onde se conclui que Portugal tem quase 1.000 contribuintes de alto rendimento (agregados com Património acima 25 milhões de euros ou rendimento anual superior a 5 milhões de euros) que o fisco quase não controla.
também se fica a saber que nos países desenvolvidos este segmento é responsável por 25% da receita global do IRS desses países mas que, em Portugal (PASME-SE), essa percentagem é de apenas 0,5% o que é um verdadeiro escândalo.

Outro bom exemplo é o seguinte artigo de hoje (28/12/2015) do Director-Adjunto do Expresso Nicolau Santos com o título "Os Emídios Catuns que nos pregaram um calote de 6,3 mil milhões e andam à solta" e que passo a transcrever um excerto:

"Bom dia.
Desculpem, mas não há peru, rabanadas e lampreias de ovos que me façam passar o engulho da fatura que neste final do ano veio parar outra vez aos bolsos dos contribuintes por mais um banco que entrega a alma ao criador, no caso o Banif, no caso mais 3 mil milhões. É de mais, é inaceitável, é uma ignomínia para todos os que estão desempregados ou caíram no limiar da pobreza por causa desta crise e mais uma violência brutal para os que continuam a pagar impostos (e que são apenas cerca de 50% de todos os contribuintes).

Todos nos lembramos do cortejo dos cinco maiores banqueiros portugueses (Ricardo Salgado, Fernando Ulrich, Nuno Amado, Faria de Oliveira e Carlos Santos Ferreira) a irem ao Ministério das Finanças e depois à TVI exigir ao então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para pedir ajuda internacional. Todos nos lembramos como o santo e a senha da altura era o da insustentável dívida pública portuguesa por erros de gestão do Governo de José Sócrates. Todos nos lembramos das sucessivas reafirmações de que a banca estava sólida por parte do Banco de Portugal e do governador Carlos Costa. Todos nos lembramos dos testes de stress aos bancos conduzidos pela Autoridade Bancária Europeia – e como os bancos nacionais passaram sempre esses testes. E depois disso BPI, BCP, CGD e Banif tiveram de recorrer à linha de crédito de 12 mil milhões acordada com a troika. E depois disso o BES implodiu – e agora o Banif também. E depois disso só o BPI pagou até agora tudo o que lhe foi emprestado. E antes disso já o BPN e o BPP tinham implodido. E a Caixa vai ter de fazer um aumento de capital. E o Montepio é uma preocupação. É de mais! Chega! Basta!

No caso do Banif, é claro que o governador Carlos Costa tem enormes responsabilidades na forma como o problema acabou por ter de ser resolvido. No caso do BES foi ele também que seguiu a estratégia da resolução, da criação do Novo Banco e do falhanço total dessa estratégia – a venda rápida que não aconteceu, a venda sem despedimentos que também não vai acontecer, os 17 interessados que afinal eram só três, as propostas que não serviam, e o banco que era para ser vendido inteiro e agora vai ser vendido após uma severa cura de emagrecimento. É claro também que a ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tem responsabilidades diretas no caso, por inação ou omissão. E é claro que o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, geriu politicamente o dossiê.

Mas não confundamos os políticos e o polícia com os bandidos, com os que levaram a banca portuguesa ao tapete. E para isso nada melhor do que ler o excelente texto que o Pedro Santos Guerreiro e a Isabel Vicente escreveram na revista do Expresso da semana passada com um título no limite mas que é um grito de alma: «O diabo que nos impariu» - ou como os bancos nacionais destruíram 40 mil milhões desde 2008. Aí se prova que houve seguramente muitos problemas, mas que a origem de tudo está no verdadeiro conúbio lunar que se viveu entre a banca e algumas empresas e alguns empresários do setor da construção. Perguntam os meus colegas: «Sabe quem é Emídio Catum? É um desses empresários da construção, que estava na lista de créditos do BES com empresas que, entretanto, faliram. Curiosamente, Catum estava também na lista dos maiores devedores ao BPN, com empresas de construção e imobiliário que também faliram». E como atuava Catum? «O padrão é o mesmo: empresas pedem crédito, não o pagam, vão à falência, têm administradores judiciais, não pagam nem têm mais ativos para pagar, o prejuízo fica no banco, o banco é intervencionado, o prejuízo passa para o Estado». Simples, não é, caro leitor?

A pergunta que se segue é: e o tal de Catum está preso? Não, claro que não. E assim, de Catum em Catum, ficámos nós que pagamos impostos com uma enorme dívida para pagar que um dia destes vai levar o Governo a aumentar de novo os impostos ou a cortar salários ou a baixar prestações sociais. Mas se fosse só o Catum… infelizmente, não. Até as empresas de Luís Filipe Vieira deixaram uma dívida de 17 milhões do BPN à Parvalorem, do Estado, e tinham ainda por pagar 600 milhões de crédito do BES. O ex-líder da bancada parlamentar do PSD, Duarte Lima, deixou perdas tanto no Novo Banco como no BPN Arlindo Carvalho, ex-ministro cavaquista, também está acusado por ilícitos relacionados com crédito concedido pelo BPN para compra de terrenos. E um dos homens fortes do cavaquismo, Dias Loureiro é arguido desde 2009 por compras de empresas em Porto Rico e Marrocos, suspeita de crimes fiscais e burlas. Mas seis anos depois, o Ministério Público ainda não acusou Dias Loureiro, nem o processo foi arquivado.

Dos 50 maiores devedores do BES, que acumulavam um crédito total de dez mil milhões de euros, «o peso de construtores e promotores imobiliários é avassalador». No BPN, «mais de 500 clientes com dívidas iguais ou superiores a meio milhão de euros deixaram de pagar». E a fatura a vir parar sempre aos bolsos dos mesmos. Por isso, o artigo de Pedro Santos Guerreiro e Isabel Vicente é imperdível. Para ao menos sabermos que o que aconteceu não foi por acaso. Que muita gente não pagou o que devia ou meteu dinheiro ao bolso – e esperou calmamente que o Estado viesse socializar os prejuízos enquanto eles privatizaram os lucros."

Estamos a três semanas das eleições presidenciais e os candidatos, sobretudo Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém (os candidatos do centrão que nos governou nos últimos 40 anos) têm que responder, de modo inequívoco, como pensam atacar este cancro da nossa sociedade.

As pessoas, e os media, têm o dever cívico e ético de o fazer para o bem da nossa democracia!

  

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A anatomia de um golpe

Diz um artigo no Público a certa altura, este artigo  que Passos Coelho, em mais uma pirueta política, afinal está disposto a ficar à frente num governo de gestão e que "Joga para isso com o facto de o Parlamento não poder ser dissolvido antes de cumprir seis meses de legislatura. Esse período de espera permitiria uma dramatização da vida política e uma vitimização da coligação do PSD e do CDS.".
Dá assim a articulista a ideia de que Passos Coelho seria PM em gestão de agora até Abril de 2016 (os tais 6 meses em que o Parlamento não pode ser dissolvido) mas isso não corresponde à verdade pois´, caso tal acontecesse, o período ininterrupto de governos de gestão, com ele como PM, seria de um ano como a seguir demonstro:
Em 22/07/2015 o PR marcou as eleições e a partir dessa data o governo ficou em gestão até à posse do novo. Em 04/11/2015,  Passos Coelho, porque o PSD e o CDS foram a força mais votada mas sem maioria, se manteve como PM (apesar dos partidos que têm a maioria absoluta de lugares no Parlamento terem informado o PR de que votariam contra o seu programa e que tinham uma solução alternativa).
Se este governo cair e for apresentada ao PR uma solução de governo com apoio maioritário no Parlamento, como tudo leva a crer que aconteça, existem duas hipóteses:
Ou o PR aceita o governo proposto pelo PS, PCP e BE (maioritários no Parlamento e com acordo assinado) e temos um governo na plenitude de funções e a crise governativa termina, ou o PR rejeita esta hipótese, e o golpe constitucional dá mais um passo, com Cavaco Silva (a três meses de ser substituido) a impor a continuação de Passos Coelho como PM em gestão até que o novo PR tome posse a 09/03/2016.
Nessa altura o novo PR também terá duas opções:
Ou aceita o governo proposto pelo PS, PCP e BE (maioritários no Parlamento e com acordo assinado) e temos um governo na plenitude de funções, e os governos de gestão terminam ao fim de 8 meses (sendo que 5 são da responsabilidade política de Cavaco), ou prossegue a estratégia do golpe (aqui Marcelo Rebelo de Sousa é o homem em que a direita aposta) e espera por 21/04/2016 para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições (que só poderão ocorrer 55 dias após o diploma de dissolução ser publicado) para a segunda quinzena de Junho (e estamos com 11 meses de governo de gestão com Passos Coelho como PM).
Até lá assistiremos, como o artigo realça a uma violenta estratégia de confrontação e vitimização, de Passos Coelho e dos media que o apoiam (grupos de Balsemão e Paes do Amaral e estações públicas que o governo controla), no sentido de os fazer chegar à maioria absoluta nas eleições.
Se tal acontecer estará consumado o golpe palaciano para manter a direita no poder perpectuado com o apoio de dois PR (Cavaco e Marcelo).
Mas se a composição do parlamento não se alterar isso fará de Marcelo, que foi eleito há apenas 5 meses, um factor de instabilidade e conflitualidade política, em suma um PR altamente fragilisado que não terá outra alternativa senão resignar.
Com tudo isto a situação, política, económica e social de Portugal abravar-se-há bastante e nenhum destes actores se preocupou com isso.
Há que exigir de Marcelo, enquanto candidato, uma posição inequívoca sobre esta matéria e não apenas declarações genéricas.
O media e sobretudo os restantes candidatos têm o dever de o fazer!

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Golpe em marcha?

Já estamos ser inundados de artigos, nos media, a tentarem legitimar a interpretação, excessiva e inconstitucional, que Cavaco faz, dos poderes do PR referentes à nomeação do primeiro ministro!
É que o Artº 187 da Constituição é muito claro quanto ao âmbito da análise que o presidente deve fazer (ouvir a opinião dos partidos e ter em consideração os resultados eleitorais) porque em relação à análise política, do programa de governo, essa responsabilidade cabe exclusivamente ao Parlamento que tem o poder de o rejeitar provocando de imediato a demissão do governo (Artº 192 alíneas 1 e 4 e Artº 195 alínea d)
Esta separação de competências, entre orgãos de soberania, não existe por acaso pois é bem explicitada no Artº 190 que diz "O Governo é responsável perante o Presidente da República e a Assembleia da República".
A nossa Constituição também não permite ao PR ter estados de alma, no exercício das suas funções, exige-lhe, isso sim, que a cumpra e que a faça cumprir.
São assim extemporâneos, e até desestabilizadores, os seus comentários, de hoje, sobre as orientações dos partidos políticos, os apelos a que os deputados desobedeçam às orientações das suas direcções partidárias bem como o facto de deixar no ar a hipótese de não aceitar um governo de maioria de esquerda.  
 
Experiências governativas, sem que o partido mais votado esteja no governo, ou que nele participem comunistas, são várias na Europa,  como se pode ver nos links abaixo, e a Democracia não sucumbiu nesses países.

Estas posições do presidente, a confirmarem-se, numa altura em que o Parlamento não pode ser dissolvido criarão um gravíssimo impasse político, durante meses (talvez à espera de um novo PR de direita), e configuram um autêntico golpe de estado constitucional.
E isso sim é muito perigoso!

http://expresso.sapo.pt/politica/2015-10-06-Ha-muitos-modos-de-formar-Governo.-e-nem-sempre-com-o-vencedor-das-eleicoes

http://www.publico.pt/politica/noticia/ja-houve-um-partido-comunista-a-governar-em-democracia-1712004

Constituição da República Portuguesa
Artigo 187.º
Formação
1. O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais.
2. Os restantes membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República, sob proposta do Primeiro-Ministro.
Artigo 188.º
Programa do Governo
Do programa do Governo constarão as principais orientações políticas e medidas a adoptar ou a propor nos diversos domínios da actividade governamental.
Artigo 189.º
Solidariedade governamental
 Os membros do Governo estão vinculados ao programa do Governo e às deliberações tomadas em Conselho de Ministros.
Artigo 190.º
Responsabilidade do Governo
 O Governo é responsável perante o Presidente da República e a Assembleia da República.
Artigo 192.º
Apreciação do programa do Governo
 1. O programa do Governo é submetido à apreciação da Assembleia da República, através de uma declaração do Primeiro-Ministro, no prazo máximo de dez dias após a sua nomeação.
2. Se a Assembleia da República não se encontrar em funcionamento efectivo, será obrigatoriamente convocada para o efeito pelo seu Presidente.
3. O debate não pode exceder três dias e até ao seu encerramento pode qualquer grupo parlamentar propor a rejeição do programa ou o Governo solicitar a aprovação de um voto de confiança.
4. A rejeição do programa do Governo exige maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções.
 Artigo 195.º
Demissão do Governo
 1. Implicam a demissão do Governo:
a) O início de nova legislatura;
b) A aceitação pelo Presidente da República do pedido de demissão apresentado pelo Primeiro-Ministro;
c) A morte ou a impossibilidade física duradoura do Primeiro-Ministro;
d) A rejeição do programa do Governo;
e) A não aprovação de uma moção de confiança;
f) A aprovação de uma moção de censura por maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções.

sábado, 10 de outubro de 2015

Tratado Transpacífico põe milhões de vidas em risco


O Wikileaks publicou nesta sexta-feira (9) o texto final do capítulo sobre direitos de propriedade intelectual incluído no controverso Acordo de Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).
´
É fundamental ver estes vídeos ou artigos:
A) dos médicos sem fronteiras

B) sobre propriedade intelectual

C) Acordo USA Ásia e Pacífico

"Nos EUA, a oposição política ao TPP tem crescido progressivamente após as revelações feitas pelo site. A pré-candidata dos democratas à presidência norte-americana, Hillary Clinton, disse na quarta-feira (7) que, dadas as revelações feitas sobre o TPP, ela não poderia apoiar o acordo comercial.

A Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA aprovou em junho algumas medidas para acelerar a assinatura do TPP, impedindo que os congressistas pudessem discutir ou modificar qualquer parte do tratado – eles só puderam votar a favor ou contra a aceleração. Ruim para a saúde, pior para a democracia."

Porquê tanto segredo com este tratado de comércio?
Provavelmente porque se, os cidadãos do mundo, soubessem a destruição que ele provocará na economia dos seus países o rejeitariam em massa!

Pessoas informadas não se deixam enganar!


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Por cá, foi o PS que governou desde 2011?


Grande análise de Nicolau Santos hoje no Expresso curto.
Boa denúncia da continuação da estranha política de alianças, de há quatro anos atrás, em que o inimigo principal sempre foi o PS e nunca a coligação protofascista (PSD/CDS).
O PCP tem muito que explicar o seu comportamento traidor aos trabalhadores!

Início do excerto do artigo
"Por cá, alguém que não conhecesse o país suporia que foi o PS que esteve no Governo nos últimos quatro anos. Da direita à esquerda só se discute o PS, o programa do PS, as promessas do PS, os cortes na segurança social do PS, o acordo da troika que o PS assinou, o plano secreto que o PS tem para se aliar à CDU e ao BE para não deixar o centro-direita governar. A coligação Portugal à Frente acusa o PS de criar instabilidade e insegurança, a CDU e o BE acusam o PS de subscrever as políticas da direita.

E ninguém debate os últimos quatro anosos 485 mil emigrantes que vão de engenheiros, economistas e médicos a investigadores, enfermeiros e bombeiros, os cortes nos salários da Função Pública e nas pensões dos reformados, a desmotivação completa dos funcionários públicos, o desemprego, o emprego que está a ser criado (90% é precário), os 50% de portugueses que ganham menos de 8000 euros por ano, o facto de estarmos a trabalhar mais 200 horas por ano e a ganhar em média menos 300 euros, o descalabro na educação (com o silêncio ensurdecedor de Mário Nogueira e da FESAP, ao contrário do que aconteceu quando Maria de Lurdes Rodrigues era ministra da Educação), a miséria que se vive no Serviço Nacional de Saúde (onde muitos profissionais são obrigados a comprar luvas ou a fazer garrotes com material improvisado), os medicamentos que faltam nas farmácias e só estão disponíveis daí a dois dias, a machadada que levou a ciência e investigação, os problemas que se continuam a verificar na justiça, a inexistência de respostas ao envelhecimento da população (em 2014 já havia mais de 4000 pessoas acima dos 100 anos em Portugal e há 595 mil portugueses com mais de 80 anos), a irrelevância do ministro dos Negócios Estrangeiros, a fragilidade da ministra da Administração Interna, as múltiplas garantias de Passos Coelho que foram sempre desmentidas por decisões do próprio Passos Coelho,o programa da coligação que não se discute porque não existe, etc, etc.

Ora, é tudo passado. Como disse Passos Coelho, «felizmente conseguimos ultrapassar a situação de emergência financeira que trouxe uma crise que nós resolvemos. Fizemos muito para poder chegar a este momento e os sacrifícios que fizemos valeram a pena.Já não temos necessidade de vos pedir um contributo adicional. Já não temos nenhuma medida restritiva nas pensões». Pronto, a crise está resolvida e agora é sempre a alargar o cinto.

Por isso, o líder da coligação Portugal à Frente pede agora aos eleitores «uma maioria boa, uma maioria grande» e diz que «quando temos necessidade de qualificar maiorias, alguma coisa esta errada. Estou a referir-me a um governo estável que tenha apoio no Parlamento para evitar que daqui a nove meses tenha de haver eleições», disse, esclarecendo porque não pede uma maioria absoluta. «O que nós queremos não é o absoluto, é estabilidade para governar».


Além disso, «nestes quatro anos tentei sempre um espaço de compromisso, de diálogo, com a oposição». Mas infelizmente «é a oposição a dizer que não dará condições para o país ser governado» e «os portugueses têm de julgar isso». Em qualquer caso, avisa: «Andamos com a alma cheia mas não andamos com o rei na barriga. Nós sabemos que as eleições se ganham a 4 de outubro»."
Fim do excerto do artigo

Como se vê a lata desta gente não tem limites!
Têm que ser varridos do poder, antes que acabem com tudo o que o estado tem, e o vendam ao desbarato aos amigos e financiadores.
Com esta gente o futuro dos portugueses é a escravatura ou a emigração!



domingo, 27 de setembro de 2015

Ode ao "adorado líder" ou a anedota do ano

Há que ler, com atenção, este artigo de opinião que saiu no Público, para vermos como os media, que suportam o governo PSD/CDS, pretendem dar estatuto de grande e visionário líder a Passos Coelho e, ao mesmo tempo branquear a sua política socialmente criminosa destes últimos quatro anos.
O texto é bajulador, reescreve a história e, as fotografias que o suportam estão ao melhor estilo maoista.

O HOMEM QUE UNIU A DIREITA?
Esta, se não tivesse arrasado o nosso povo, era mesmo para rir.
Até Vítor Gaspar ir embora Passos Coelho nem riscava e a prova é que só depois disso as chantagens baratas do Portas surtiram efeito.
Passos faz, isso sim, lembrar (em versão negra) o Ray do filme do Woody Allen  Small Time Crooks (pt: Vigaristas de Bairro)
Leiam o Trailler e vejam se Passos Coelho está mais próximo de Ray ou do tal "homem que uniu a direita"
"Ray giza um plano para assaltar um banco em conjunto com outros vigaristas do bairro. Para isso, alugam uma casa ao lado do banco, montando um pequeno negócio de bolachas caseiras para não dar nas vistas, enquanto vão cavando um túnel para chegar à caixa-forte do banco. O plano sai furado, mas o negócio paralelo das bolachas tem um imenso êxito e, num ano, a família Winkler consegue ficar rica.
No entanto, toda a alta sociedade nova-iorquina olha para aquela família com desdém e sobranceria e todas as tentativas de Frenchy para se cultivar são infrutíferas."
Além disso Ray Winkler não consegue deixar a sua vida de vigarista de bairro...

  

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A Europa a caminho da escravidão?


Dois artigos recentes, publicados em insuspeitos jornais de direita portugueses (e cujos excertos transcrevo), apontam para a inevitabilidade da escravidão dos povos dos países menos desenvolvidos caso as políticas seguidas desde a crise de 2008 não se alterem

http://observador.pt/especiais/eurocrise-uma-outra-perspectiva/

BALANÇO DE 6 ANOS DE CRISE
"Passados que estão 6 anos sobre o início da crise que temos vivido na zona euro, é tempo de se fazer um balanço mais liberto dos efeitos da poeira de curto prazo.
Começando por olhar para os grandes números e para as principais variáveis, verificamos que, entre 2008 e 2014, O PIB de toda a zona euro caiu 1,5%, o desemprego aumentou 4 pontos percentuais e as contas externas (balança corrente e de capital) passaram de um ligeiro défice correspondente a 0,4% do PIB para um excedente de 2,7%.
A situação de 2014 é, pois e do ponto de vista macroeconómico, pior do que era em 2008 e caracteriza-se por um duplo desequilíbrio – interno (elevado desemprego) e externo (excedente). Qualquer manual de macroeconomia dirá que uma tal situação reflecte uma insuficiência da procura interna. E de facto, a procura interna da zona euro como um todo é actualmente 3,4% inferior à registada em 2008.
Nos EUA, o PIB de 2014 está 8,3% acima, e o desemprego só marginalmente (0,5 pontos percentuais) mais alto, do que se verificava em 2008, ao mesmo tempo que melhorou o défice externo em cerca de 2% do PIB. Quanto ao grupo de “membros da UE não euro” e durante o mesmo período, o seu PIB agregado subiu 4,8%, o desemprego aumentou 1,7 pontos percentuais e a conta externa melhorou o equivalente a 2,4% do PIB.
Desta comparação parece, pois, resultar claro que o mau desempenho da zona euro durante a crise não era inevitável"
"Durante os seis anos da análise, os Deficitários passaram de um défice externo correspondente a 9,4% do seu PIB agregado para um excedente de 1.5% (um ajustamento de 11 pontos percentuais!). Para conseguirem esse resultado, contraíram a procura interna em 15,8%, viram o PIB cair 7,4% e o desemprego saltar de 9,7% para 21,3%. Sem, contudo, conseguirem evitar que a sua dívida pública em percentagem do PIB mais do que duplicasse.

França e Itália também reduziram o seu pequeno défice externo de 2% do PIB para 0,4%. Para isso, tiveram a procura interna contraída em 3.6%, uma queda de 2.4% no PIB e um aumento de 4,3 pp na taxa de desemprego. Ao mesmo tempo, o seu rácio da dívida aumentou 28 pontos percentuais.
Finalmente, os Excedentários, não só não eliminaram o seu excedente externo, como até o aumentaram de 4,8% para 5,7% do PIB, forçando toda a zona euro a passar de uma posição de equilíbrio externo para um excedente de 2,7% do seu PIB agregado. Durante estes seis anos, a sua procura interna apenas aumentou 3%, o que não chegou sequer para contrabalançar o efeito contraccionista da redução em França e Itália. Deste modo, a procura interna de toda a área do euro caiu 3,4%, arrastando na queda o PIB respectivo.
Comparando mais uma vez com os EUA e com o grupo de “membros da UE não euro”, verifica-se que, durante o mesmo período, a procura interna subiu 6,5% no primeiro caso e 2,4% no segundo. Resta acrescentar que a dívida pública em percentagem do PIB aumentou 32 pp nos EUA, estando agora nos 105%, enquanto que em toda a zona euro, o aumento foi inferior (26 pp) e o nível (95%) está abaixo do americano.

Juntando todos os dados, é razoável concluir-se que a zona euro dedicou mais de um terço da sua vida a um ajustamento desequilibrado, que empobreceu toda a zona. Os custos desse ajustamento recaíram quase exclusivamente sobre os países mais pobres, empobrecendo-os ainda mais e aumentando o seu desnível para com os mais ricos.

O resultado desta assimetria é claramente visível na distribuição do desemprego, com os Deficitários, representando menos de 20% da economia e um quarto da população activa, a concentrarem actualmente quase metade do desemprego de toda a área do euro. Enquanto os Excedentários, pesando mais de 40% na economia e na população activa total, têm apenas 20% do desemprego de toda a área (em 2008 tinham 34,4%).

E ao fim deste tempo todo, os Deficitários estão presos numa armadilha: atingiram o equilíbrio externo, à custa do equilíbrio interno (visível nos níveis de desemprego). Pelo que, sem um choque de procura externa, só conseguirão recuperar o equilíbrio interno, sacrificando o equilíbrio externo e só conseguirão manter este, continuando a sacrificar o equilíbrio interno (isto é, a manter elevados níveis de desemprego). Com uma elevada alavancagem financeira, dificilmente conseguirão sair deste círculo vicioso sem um choque financeiro de origem externa, mas que não lhes aumente a dívida."

http://ionline.pt/artigo/406362/grecia-alemanha-lucrou-mais-de-100-mil-milhoes-de-euros-com-a-crise?seccao=Mundo_i

"A Alemanha "beneficiou claramente com a crise grega", em mais de 100 mil milhões de euros, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira pelo Instituto de Investigação Económica Leibniz, citado pela agência France Presse (AFP)."

"O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, opôs-se a uma reestruturação da dívida grega, apontando para o orçamento equilibrado do seu governo.

O instituto, porém, defende que o equilíbrio orçamental alemão só foi possível graças às poupanças em taxas de juro por causa da crise de dívida grega.

Os estimados 100 mil milhões de euros que a Alemanha poupou desde 2010 constituíram cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país."

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras!

Vem isto a propósito da maneira como os países do sul da Europa têm sido tratados (e particularmente a Grécia desde que o Syrisa chegou ao poder há cerca de seis meses) por parte dos países do norte e das instituições europeias.

Já ninguém esconde as motivações para a imposição dos resgates, como é o caso de Philippe Legrain, conselheiro económico independente de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, entre Fevereiro de 2011 e Fevereiro de 2015 que afirma claramente no seu livro  “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess” que "As ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães" e também que "É incorrecta a narrativa que os alemães contaram a si próprios de que a crise do euro teve a ver com o Sul a querer levar o dinheiro deles".
Para quem não queira ler o livro aconselho a entrevista deste senhor no Público 

Outro livro muito elucidativo, sobre o sector financeiro, é "O Banco - como o Goldman Sachs dirige o mundo" do jornalista económico Marc Roche e que venceu o prémio "Livro de Economia" em França em 2010.
Existe uma entrevista deste senhor à TSF , em 2012, que vale a pena ouvir.

Escandalosa é a maneira como se manipulam as opiniões públicas dos países credores no sentido de existir apoio popular às exigências perante os países em crise.

Exemplo de hoje em Portugal, onde Passos Coelho está na vanguarda dos falcões europeus, perante a ousadia democrática da Grécia.
"Portugal pagará 2,5% de um terceiro resgate à Grécia"
"Se a Europa aceitar dar um novo resgate à Grécia, Portugal será um dos países que contribuirá com garantias para o financiamento à Grécia. Montante garantido poderá ascender a 925 milhões de euros."
Fonte: http://observador.pt/2015/06/30/portugal-pagara-25-de-um-terceiro-resgate-a-grecia/
Mas será que todos os países críticos da Grécia (que já teve 5) estão limpos de resgates na sua história?
Se calhar não e alguns como a Espanha, França e até Portugal até já tiveram mais do que a Grécia...


Fonte: "This Time is Different", Carmen M. Reinhart & Kenneth S. Rogoff, Princeton University Press © 2009

A UE que foi anunciada aos povos, dos países que a integram, como um projecto de integração política, económica e social, capaz de manter o continente, onde nasceram as duas guerras mundiais, em paz converteu-se numa estrutura anti-democrática, ao serviço dos mais ricos e quase imperial para os mais pobres.
As coisas, se continuarem assim, vão mesmo acabar mal!
    

sábado, 27 de junho de 2015

É isto que queremos para o nosso futuro?

Vem hoje este artigo no Expresso.
É isto que a Grécia quer travar e que o governo Português (Passos Coelho e Paulo Portas) também deveriam querem combater em vez de se armarem em defensores dos especuladores.
Deveriam, como os gregos estão a tentar, estancar a miséria crescente do seu povo!
Como se vê no artigo estas políticas de austeridade (para 99% do povo e de abundância para apenas 1%) só criam os escravos do futuro!
Não se pode manter esta gente no poder.
Não se pode votar neles nem nos que pensam como eles!

Como a pobreza  afeta o crescimento do cérebro
"Era conhecido que as crianças sujeitas ao chamado 'risco ambiental' - lares desestruturados, contexto socioeconómico desfavorável, franca intervenção do adulto - podiam apresentar sinais de atraso cognitivo. Sabia-se também que as deficiências nutricionais se faziam sentir nos resultados escolares e nos comportamentos. O que não se sabia era que a pobreza tem efeitos diretos no cérebro desde a primeira infância, senão desde o útero materno". Assim começa o texto da Luciana Leiderfarb publicado esta segunda-feira no Diário, e que teve como ponto de partida um estudo publicado na "Nature Neuroscience". Um verdadeiro murro no estômago.

Não podemos continuar assim!

"Jobs for the boys comigo não!"
"Que se lixem as eleições o importante é o país!"
"Os portugueses têm que empobrecer pois viveram acima das suas possibilidades!"
Este era o Passos Coelho, bem ao estilo de Salazar, a tentar mostrar-se impoluto e com espírito de missão para "salvar o país" a única forma de  impor uma austeridade violentíssima que apenas enriqueceu ainda mais os ricos e empobreceu ou colocou na miséria vários milhões de portugueses e nada resolveu de problemas estruturais do país (como educação e investimento produtivo que reduza as importações).
A prová-lo estão os seguintes dados da Pordata e do INE:
Entre 2011 e 2014 o nosso PIB reduziu-se em  3.113.282 milhões de euros, o Rendimento diponível bruto (salários+lucros+rendas) reduziu-se em 850.232 milhões de euros e os salários reduziram-se em 5.758.237 milhões de euros.
Ou seja em quatro anos os rendimentos do país reduziram-se em 850 milhões de euros mas os salários e pensões perderam mais de 5.7000 milhões de euros.
É a isto que Passos e Portas chamam equidade nos sacrifícios?
E agora, que cheira a fim de festa, começou a corrida aos tachos para os amigos e companheiros de partido.
Manipuladores, dissimulados e mentirosos é o que Passos Coelho e Paulo Portas são.
Por isso não podem continuar no poder!
Os portugueses têm que ser mais exigentes e rejeitar este tipo de gente seja ela de que partido for!

sábado, 2 de maio de 2015

Tão actuais que estão estes manifestos



Mário Viegas, esse magistral actor, fez há quase dez anos esta versão actualizada do Manifesto anti Dantas.

Vejam os dois e digam lá se isto não se aplica, como uma luva, aos nossos dias e se não reconhecem os "Dantas" dos nossos tempos.

É esta indignação que faz falta!

sábado, 25 de abril de 2015

António, o cartunista, tem hoje no Expresso um excelente alerta

A mensagem, de aviso à Europa, que magistralmente hoje no Expresso António nos dá  deveria ser vista por todos e com muita atenção.

Hoje, este artista, fez jus à afirmação de que "uma imagem vale mais do que mil palavras"!

Nele podemos ver os perigos da conflitualidade e miséria crescentes, que cercam a Europa, que já fizeram centenas de milhares de mortos e geraram milhões de refugiados, dos quais, mais de um milhão se prepara (pela mão das máfias do tráfico humano) para tentar chegar à Europa pois é o único modo de fugirem a uma morte certa (à fome ou pelos genocídios).

Lá também estão a passividade e a conivência que esta mesma Europa, de matriz cristã, tem tido perante estes aterradores dramas humanos para que ela também muito contribuiu.
 
Mas a enorme e mortal "onda" que António desenhou também representa os perigos que a Europa corre dentro de si mesma, derivados suas políticas ultra liberais, que tanta miséria e desemprego (sobretudo nos jovens) têm causado.

Neste site animado do Euroestat podemos ver, rapidamente e em múltiplos aspectos sociais e económicos, as diferenças abissais entre os vários países e até dentro dos próprios países.

Instintivamente vamos concluir que, coesão social, política e económica, deixaram de fazer sentido para as últimas lideranças políticas da Europa que estão muito mais interessadas na desregulação, para que os seus financiadores abocanhem as riquezas existentes.

Obrigado António por nos fazer ver mais longe.


Porque crescemos pouco?

Não resisto a partilhar o excelente artigo de Oscar Afonso do OBEGEF onde ele a partir do pensamento " menos investimento significa também menor crescimento económico e, consequentemente, menos impostos cobrados" nos mostra, em palavras simples, o que aconteceu a Portugal, nos últimos 20 anos, fruto de políticas que quase nunca nos defenderam.

Também aponta caminhos que não passam pela inevitabilidade do nosso empobrecimento crónico.

Leiam e meditem.

Temos mesmo que ser mais exigentes com os candidatos e rejeitarmos fortemente as propostas genéricas e não fundamentadas.

Temos que fazer a nossa parte!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Fala-se muito pouco sobre TTIP. Porque será?


Segundo o nosso governo   O Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a União Europeia e os Estados Unidos da América (TTIP) é um acordo de Comércio e Investimento que está, actualmente em negociação entre dois dos maiores blocos económicos.

Destina-se a eliminar as barreiras comerciais, aduaneiras e não aduaneiras, aplicadas sobre uma vasta gama de sectores da economia, facilitando a compra e venda de bens e serviços por empresas, nos dois mercados.

Para além da redução generalizada de tarifas, a UE e os EUA ambicionam eliminar sobretudo barreiras não tarifárias ou pelo menos harmonizar as que sejam mais sensíveis - tais como as diferenças de regulamentos técnicos, normas e procedimentos de aprovação e certificação de produtos e serviços.

Mas atenção que o Center for Public Integrity (uma organização cujos princípios são "The Center for Public Integrity was founded in 1989 by Charles Lewis. We are one of the country's oldest and largest nonpartisan, nonprofit investigative news organizations. Our mission: To serve democracy by revealing abuses of power, corruption and betrayal of public trust by powerful public and private institutions, using the tools of investigative journalism.") denuncia no vídeo os motivos porque a FDA ( Food and Drug Administration) realmente desconhece o que está na comida dos americanos.

Ora se é mau para eles também o será para nós!
Por isso é fundamental que estas questões sejam discutidas fora do segredo dos gabinetes para que a Europa se salvaguarde do lixo alimentar e de outras regras obscuras!





terça-feira, 14 de abril de 2015

Todos os dias há más notícias que contradizem o proclamado oásis do Passos, Portas e Cavaco

No insuspeito PEProbe  (já que é muito acarinhado pelo reformado de Belém) afirma-se: Portugal com maior quebra do emprego na UE no 4.º trimestre de 2014 face ao anterior

Pergunto eu (porque só queria entender).
Como é que o emprego e o desemprego baixam ao mesmo tempo?
Será que as pessoas desapareceram?
Mistério, ou aldrabice nas estatísticas?
Eu voto na segunda hipótese.

E o PEProbe continua com Desemprego jovem na OCDE caiu em fevereiro para mínimo desde final de 2008

E pensamos nós, ingénuos, " Aqui está uma boa notícia"!
Mas se olharmos com um pouco de atenção veremos que, na OCDE e cá no burgo, a realidade dos números não está sintonizada com o título da notícia.
"Na OCDE, 42,9 milhões de pessoas estavam desempregadas em fevereiro deste ano"
"Na zona euro, a taxa de desemprego recuou 0,1 pontos percentuais, para 11,3% em fevereiro, menos 0,8 pontos percentuais do que no ‘pico’ de abril de 2013, sublinhando a organização que apenas foram verificados aumentos na Finlândia, em Portugal e em Itália." 

"A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sublinha que a taxa de desemprego jovem (jovens com idades entre os 15 e 24 anos) se mantém “excecionalmente elevada” em alguns países da zona euro como a Grécia (51,2% em dezembro, o último dado disponível), Espanha (50,7%), Itália (42,6%) e Portugal (35%)."

Palavras para quê?





Uma esperança para a higiene política

Achei óptimo e conteúdo deste link mas tenho "mixed feelings" ou seja, por uma lado só já falta este tempo  para que o Cavaco volte para onde nunca deveria ter saído mas por outro ainda falta este tempo todo para isso acontecer!
Veja se tenho, ou não, razão

domingo, 12 de abril de 2015

Fisco notifica clientes sobre dívidas dos restaurantes - Dinheiro Vivo

Fisco notifica clientes sobre dívidas dos restaurantes - Dinheiro Vivo

Esta gente só tem um objectivo que é o de inundar a AT, e os tribunais, de burocracias que fazem com que as grandes empresas e o sector financeiro (responsáveis pelos grandes valores ) não sejam regular e eficazmente controladas!

Os números nas estatísticas ficam enormes (o que serve bem para a propaganda) mas a eficácia real é mínima.

Não lhes chamem incompetentes porque estas decisões são coerentes com toda a sua política que é a de defenderem quem os financia e lhes dá emprego depois!

É por isso que o país tem de correr com eles e depois exigir dos próximos a real defesa dos seus interesses.

Uma opinião pública forte é o que eles mais temem!

O resto é conversa da treta!

sábado, 11 de abril de 2015

Novos Valores do Sec XXI



Novos Valores do Sec XXI por Quino 
(criador da Mafalda)











Câmara Corporativa

Câmara Corporativa

Certamente que o "Passinhos" nem conhece o homem porque ele não é nada dado a este tipo de coisas feias!

Ou já esqueceram que ele é um homem de palavra que paga sempre tudo o que deve, mesmo que não saiba, como foi com a segurança social...

  

terça-feira, 7 de abril de 2015

Portugal voltou a ser um oásis para o governo?

“Portugal é um oásis!”. quem o disse foi Jorge Braga de Macedo, Ministro das Finanças de Cavaco (já nesta altura ele nos assombrava).
Está escrito no  Diário de Notícias de 28 de Setembro de 1992.
Claro que a realidade depressa se encarregou de mostrar que o tal oásis afinal era uma miragem pois a recessão, que já aí vinha, fez o senhor desaparecer do lugar que nunca deveria ter ocupado.
Mas desde meados de 2014 a teoria voltou com a nossa tão propagandeada "saída limpa" do período de ajustamento que não foi mais do que uma "saída empurrada" para que as eleições europeias não estragassem as contas aos alemães & friends.
Cavaco (sempre ele) serve os interesses de Passos & Portas, que servem os interesses do grande capital, montaram uma enorme operação de propaganda para reactivar esta teoria.
Mas, mais uma vez, a realidade desmente-os todos os dias senão vejamos:

  Portugal tem mais 200 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão desde 2010
http://www.peprobe.com/pt-pt/new/portugal-tem-mais-200-mil-pessoas-em-risco-de-pobreza-ou-exclusao-desde-2010?utm_source=wysija&utm_medium=email&utm_campaign=peprobe-latest-updates

Economia recuou 6,5% no período do resgate
http://www.peprobe.com/pt-pt/new/economia-recuou-65-no-periodo-do-resgate?utm_source=wysija&utm_medium=email&utm_campaign=peprobe-latest-updates

Sim, o desemprego está a subir (mesmo que Passos não perceba porquê)
http://www.peprobe.com/pt-pt/new/sim-o-desemprego-esta-a-subir-mesmo-que-passos-nao-perceba-porque?utm_source=wysija&utm_medium=email&utm_campaign=peprobe-latest-updates

Crise e mercado de trabalho: Menos desemprego sem mais emprego?
(Este documento de 10 páginas, de que apenas transcrevo o resumo mostra bem a catástrofe social destas políticas)

A diminuição do desemprego e a criação de emprego são dois dados
oficialmente referidos como sinais da retoma da economia, do fim da crise e do
sucesso do programa de ajustamento. Na realidade, o mercado de trabalho
português encontra-se numa situação depressiva sem precedentes e sem
perspetivas de recuperar a prazo.
Importa sublinhar que o aprofundamento da crise económica tem tido uma forte
influência na crise dos próprios indicadores estatísticos:
 Pela primeira vez, os valores do desemprego “não oficial” – que retratam
dimensões do fenómeno do desemprego que o conceito de desempregado
não abarca – ultrapassaram os números do desemprego “oficial”. De facto, a
descida gradual do número de desempregados, a partir de 2013, tem sido
paulatinamente contrariada pelo aumento do número de desempregados
que não é reconhecido pelas estatísticas.
 Tendo em conta as diversas formas de desemprego, o subemprego e
estimativas prudentes sobre a situação laboral dos novos emigrantes, a taxa
real de desemprego poderia situar-se, no segundo semestre de 2014, em
29% da população ativa, caso os trabalhadores emigrados tivessem ficado no
país.
 Por isso, em vez de uma descida do desemprego, é talvez mais adequado
falar-se numa situação de estabilização do desemprego em níveis bastante
elevados e de uma estabilização do emprego num nível bem mais reduzido
do que o estimado no início do programa de ajustamento. Com efeito, a
criação de emprego verificada recentemente assenta em bases frágeis.
Excluindo dos valores oficiais os desempregados ocupados – quantificados
como empregados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) – ter-se-ão
destruído 463,6 mil postos de trabalho de 2011 até ao 2º semestre de 2013
e criado, a partir daí, apenas 37,9 mil postos de trabalho.
 Por último, o desemprego atual é um desemprego mais desprotegido do que
antes da vigência do programa de ajustamento. Do mesmo modo que o
emprego gerado assenta, sobretudo, em atividades precárias, em estágios
financiados publicamente, mal remunerados e sem perspetiva de
continuidade e de verdadeira inserção no mercado de trabalho.
A ideia de que o “ajustamento” e a “mudança estrutural” da economia
portuguesa dariam lugar, depois da subida inevitável do desemprego, a um novo
quadro de florescimento do emprego, não parece, de facto, encontrar suporte
na realidade.

http://www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/documentos/barometro/13BarometroCrises_Crise%20mercadotrabalho.pdf

Onde estão as políticas de transparência, rigor na despesa, combate à corrupção e economia paralela que rondam os 40.000 milhões de euros anuais?
Ficaram no tinteiro pois ´foram slogans para enganar eleitores.
É isso que está de volta!

Perante isto alguém duvida que estes tipos querem mesmo é fazer de nós camelos para que o oásis que os sustenta se mantenha verdejante?

No momento do voto usem a cabeça e não o clube ou a religião.
Portugal agradece!






segunda-feira, 30 de março de 2015

Será que Portugal está mesmo a ser "bom aluno"?

Vejamos algumas notícias, de insuspeitos jornais ou de centros de estudos universitários, que mostram uma realidade bem diferente daquela que Passos Coelho, Paulo Portas e a sua impagável muleta política Cavaco Silva (o presidente cada vez mais só deles) andam a tentar vender!

"Portugueses tiram €19,8 milhões de PPR para pagar a casa.
Em 2014 foram resgatados €12,1 milhões de PPR para pagar prestações de crédito à habitação. Em 2013 foram €7,7 milhões."
Fonte:
http://expresso.sapo.pt/portugueses-tiram-8364198-milhoes-de-ppr-para-pagar-a-casa=f917342#ixzz3VojNw7Mt

"Fitch continua a classificar dívida portuguesa na categoria de "lixo""
Veja no link a seguir a evolução do nosso rating, de 2010 até hoje, na três agências internacionais.
Fonte:
http://www.jornaldenegocios.pt/multimedia/detalhe/fitch_continua_a_classificar_divida_portuguesa_na_categoria_de_lixo.html

Quanto à evolução positiva da taxa de desemprego, que eles "vendem" como a prova do sucesso da sua política é fundamental ler o estudo do CES da Universidade de Coimbra "Crise e mercado de trabalho: Menos desemprego sem mais emprego?" que desmonta a estrondosa manipulação que o governo está a fazer.

Introdução
A diminuição do desemprego e a criação de emprego são dois dados
oficialmente referidos como sinais da retoma da economia, do fim da crise e do
sucesso do programa de ajustamento. 
Na realidade, o mercado de trabalho português encontra-se numa situação depressiva sem precedentes e sem perspetivas de recuperar a prazo.
Importa sublinhar que o aprofundamento da crise económica tem tido uma forte
influência na crise dos próprios indicadores estatísticos:
   Pela primeira vez, os valores do desemprego “não oficial” – que retratam
dimensões do fenómeno do desemprego que o conceito de desempregado
não abarca – ultrapassaram os números do desemprego “oficial”. De facto, a
descida gradual do número de desempregados, a partir de 2013, tem sido
paulatinamente contrariada pelo aumento do número de desempregados
que não é reconhecido pelas estatísticas.
   Tendo em conta as diversas formas de desemprego, o subemprego e
estimativas prudentes sobre a situação laboral dos novos emigrantes, a taxa
real de desemprego poderia situar-se, no segundo semestre de 2014, em
29% da população ativa, caso os trabalhadores emigrados tivessem ficado no
país.
   Por isso, em vez de uma descida do desemprego, é talvez mais adequado
falar-se numa situação de estabilização do desemprego em níveis bastante
elevados e de uma estabilização do emprego num nível bem mais reduzido
do que o estimado no início do programa de ajustamento. Com efeito, a
criação de emprego verificada recentemente assenta em bases frágeis.
Excluindo dos valores oficiais os desempregados ocupados – quantificados
como empregados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) – ter-se-ão
destruído 463,6 mil postos de trabalho de 2011 até ao 2º semestre de 2013
e criado, a partir daí, apenas 37,9 mil postos de trabalho.
  Por último, o desemprego atual é um desemprego mais desprotegido do que
antes da vigência do programa de ajustamento. Do mesmo modo que o
emprego gerado assenta, sobretudo, em atividades precárias, em estágios
financiados publicamente, mal remunerados e sem perspetiva de
continuidade e de verdadeira inserção no mercado de trabalho.
A ideia de que o “ajustamento” e a “mudança estrutural” da economia
portuguesa dariam lugar, depois da subida inevitável do desemprego, a um novo
quadro de florescimento do emprego, não parece, de facto, encontrar suporte
na realidade."
Conclusões
Passados quase quatro anos de “ajustamento” económico, o mercado de trabalho em Portugal encontra-se numa situação nunca antes vista. Se forem considerados os fluxos migratórios como sintoma doentio da terapia aplicada, então Portugal terá gerado um contingente de pessoas atiradas para o desemprego e que atingiu os 25% da população ativa em 2014. 
E caso se considere aqueles que, embora não sendo desempregados, trabalham
um total de horas semanais abaixo do que gostariam de trabalhar, então esse universo sobe para os 29,1 % no segundo semestre de 2014. 
A estagnação do mercado de trabalho explica que, pela primeira vez desde
sempre, as facetas “ocultas” do desemprego ultrapassem em valor o desemprego “oficial”. 
A crise profunda provocada em Portugal pelo programa de “ajustamento” não se refletiu da mesma forma nos indicadores estatísticos “oficiais”, tendo mesmo sido fortemente atenuada ao invés da realidade.
A aplicação prolongada de medidas de austeridade, na expectativa de “ajustar” para de seguida relançar a economia e o emprego (no pressuposto das virtualidades associadas ao modelo teórico da “austeridade expansionista”), conduziu a um afundamento do mercado de trabalho que, face à incipiente retoma, poderá estar a estabilizar o desemprego em valores elevados e o emprego a um nível retraído, realidades que se refletem numa taxa de desemprego real sem precedentes.
Dada a evolução histórica de baixos níveis de crescimento económico no contexto da moeda única, é de recear que estes valores não se atenuem fortemente, mesmo que a economia não esteja em recessão. 
E esta nova fase no mercado de trabalho parece caracterizar-se por um desemprego menos apoiado e desprotegido, e por postos de trabalho mais precários, de baixa retribuição, sem perspetivas de continuidade e insuficientes para absorver o novo fenómeno do desemprego.
Fonte:
http://www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/documentos/barometro/13BarometroCrises_Crise%20mercadotrabalho.pdf

Será que isto é bom para os portugueses em geral como dizem os nossos "bichinhos amestrados" do grande capital?
A mim custa-me muito a crer!