terça-feira, 7 de abril de 2015

Portugal voltou a ser um oásis para o governo?

“Portugal é um oásis!”. quem o disse foi Jorge Braga de Macedo, Ministro das Finanças de Cavaco (já nesta altura ele nos assombrava).
Está escrito no  Diário de Notícias de 28 de Setembro de 1992.
Claro que a realidade depressa se encarregou de mostrar que o tal oásis afinal era uma miragem pois a recessão, que já aí vinha, fez o senhor desaparecer do lugar que nunca deveria ter ocupado.
Mas desde meados de 2014 a teoria voltou com a nossa tão propagandeada "saída limpa" do período de ajustamento que não foi mais do que uma "saída empurrada" para que as eleições europeias não estragassem as contas aos alemães & friends.
Cavaco (sempre ele) serve os interesses de Passos & Portas, que servem os interesses do grande capital, montaram uma enorme operação de propaganda para reactivar esta teoria.
Mas, mais uma vez, a realidade desmente-os todos os dias senão vejamos:

  Portugal tem mais 200 mil pessoas em risco de pobreza ou exclusão desde 2010
http://www.peprobe.com/pt-pt/new/portugal-tem-mais-200-mil-pessoas-em-risco-de-pobreza-ou-exclusao-desde-2010?utm_source=wysija&utm_medium=email&utm_campaign=peprobe-latest-updates

Economia recuou 6,5% no período do resgate
http://www.peprobe.com/pt-pt/new/economia-recuou-65-no-periodo-do-resgate?utm_source=wysija&utm_medium=email&utm_campaign=peprobe-latest-updates

Sim, o desemprego está a subir (mesmo que Passos não perceba porquê)
http://www.peprobe.com/pt-pt/new/sim-o-desemprego-esta-a-subir-mesmo-que-passos-nao-perceba-porque?utm_source=wysija&utm_medium=email&utm_campaign=peprobe-latest-updates

Crise e mercado de trabalho: Menos desemprego sem mais emprego?
(Este documento de 10 páginas, de que apenas transcrevo o resumo mostra bem a catástrofe social destas políticas)

A diminuição do desemprego e a criação de emprego são dois dados
oficialmente referidos como sinais da retoma da economia, do fim da crise e do
sucesso do programa de ajustamento. Na realidade, o mercado de trabalho
português encontra-se numa situação depressiva sem precedentes e sem
perspetivas de recuperar a prazo.
Importa sublinhar que o aprofundamento da crise económica tem tido uma forte
influência na crise dos próprios indicadores estatísticos:
 Pela primeira vez, os valores do desemprego “não oficial” – que retratam
dimensões do fenómeno do desemprego que o conceito de desempregado
não abarca – ultrapassaram os números do desemprego “oficial”. De facto, a
descida gradual do número de desempregados, a partir de 2013, tem sido
paulatinamente contrariada pelo aumento do número de desempregados
que não é reconhecido pelas estatísticas.
 Tendo em conta as diversas formas de desemprego, o subemprego e
estimativas prudentes sobre a situação laboral dos novos emigrantes, a taxa
real de desemprego poderia situar-se, no segundo semestre de 2014, em
29% da população ativa, caso os trabalhadores emigrados tivessem ficado no
país.
 Por isso, em vez de uma descida do desemprego, é talvez mais adequado
falar-se numa situação de estabilização do desemprego em níveis bastante
elevados e de uma estabilização do emprego num nível bem mais reduzido
do que o estimado no início do programa de ajustamento. Com efeito, a
criação de emprego verificada recentemente assenta em bases frágeis.
Excluindo dos valores oficiais os desempregados ocupados – quantificados
como empregados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) – ter-se-ão
destruído 463,6 mil postos de trabalho de 2011 até ao 2º semestre de 2013
e criado, a partir daí, apenas 37,9 mil postos de trabalho.
 Por último, o desemprego atual é um desemprego mais desprotegido do que
antes da vigência do programa de ajustamento. Do mesmo modo que o
emprego gerado assenta, sobretudo, em atividades precárias, em estágios
financiados publicamente, mal remunerados e sem perspetiva de
continuidade e de verdadeira inserção no mercado de trabalho.
A ideia de que o “ajustamento” e a “mudança estrutural” da economia
portuguesa dariam lugar, depois da subida inevitável do desemprego, a um novo
quadro de florescimento do emprego, não parece, de facto, encontrar suporte
na realidade.

http://www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/documentos/barometro/13BarometroCrises_Crise%20mercadotrabalho.pdf

Onde estão as políticas de transparência, rigor na despesa, combate à corrupção e economia paralela que rondam os 40.000 milhões de euros anuais?
Ficaram no tinteiro pois ´foram slogans para enganar eleitores.
É isso que está de volta!

Perante isto alguém duvida que estes tipos querem mesmo é fazer de nós camelos para que o oásis que os sustenta se mantenha verdejante?

No momento do voto usem a cabeça e não o clube ou a religião.
Portugal agradece!






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