quarta-feira, 13 de abril de 2016

O crédito malparado em Portugal

 


Jornal de Negócios publicou uns gráficos muito esclarecedores (mas com gralhas que precisam de ser rectificadas) sobre a evolução do crédito mal parado, em Portugal, entre Dezembro de 2010 e Janeiro de 2016 inclusive.

Em termos percentuais uma evolução de 3.40% para 8.84% corresponde a um aumento de 2,6 vezes e se virmos, em valor absoluto, um aumento de 4.500 milhões de euros para 18.000 corresponde a um aumento de 4 vezes.Qualquer deles, como se vê, está bastante acima do dobro como o título indica.
 












 Também é interessante vermos que quase 70% do crédito mal parado é das empresas e que desse, cerca de metade, tem a ver coms os sectores da construção e do imobiliário.
Será que não tem nada a ver, com esta realidade, o facto de as grandes construtoras terem sido, durante décadas, accionistas estratégicas dos bancos?
Será que isso não levou a que, esta parceria (construtoras/bancos),pressionasse o poder político a legislar de molde a forçar as pessoas a terem de comprar casas, já que nada foi feito para incentivar o mercado de arrendamento, levando-as a contrair empréstimos a 30, 35, 40 e até 50 anos (que representam quase 90% do do total dos empréstimos dos particulares)  fazendo com isso que os bancos(e seus accionistas) ganhassem biliões nestas décadas?
Foi esta captura de riqueza, em investimentos não produtivos, que colocou o país neste estado.
Os portugueses não viveram acima das suas possibilidades.
Os portugueses foram, isso sim, empurrados para becos sem saída, por gente gananciosa que os empurrou e agora, ainda por cima, os faz pagar quando foram as vítimas. 













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