segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A arrogância e intolerância deste governo geram indignação e rupturas na sociedade

Mais uma vez Soares alertou para os perigos mas, nem Passos Coelho, nem Paulo Portas (com o beneplácito de Cavaco) pensam inverter esse seu comportamento.
Basta vermos as declarações do membros do governo e dos líderes sindicais das polícias, acerca da invasão da escadaria do Parlamento, para vermos que o governo tem tudo menos tacto político e social.

"Passos desagradado com a manifestação das 'polícias'".

"Miguel Macedo diz que escadaria da Assembleia não volta a ser invadida".

"Quero dizer aos portugueses que num Estado de Direito há regras a cumprir e limites que não devem ser ultrapassados", disse o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, numa curta declaração ao país.

Invasão do Parlamento: Portas diz que tem que haver consequências.

Cavaco Silva apela à serenidade
Presidente da República diz que é preciso dar uma boa imagem para o exterior.

Diretor Nacional da PSP pediu a demissão e o ministro da Administração Interna aceitou, confirma o governo em comunicado emitido ao fim da manhã de hoje.

O comandante da Unidade Especial de Polícia, superintendente Luís Peça Farinha, é o novo diretor nacional da PSP, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna.

Moral da história:
O governo não assume politicamente qualquer responsabilidade, pelo acontecido mas, como precisa de um bode expiatório, demite o director nacional da GNR substituindo-o de imediato (estranhamente aliás) pelo chefe operacional dos policias que estavam de serviço ao Parlamento e que permitiu a "invasão".

Polícias esperavam "resposta" do MAI às reivindicações.
Presidente da ASPP/PSP admite que houve uma "atitude mais irrefletida" por parte dos manifestantes, mas "há muito mais por detrás" dessa atitude e o ministro Miguel Macedo não deu "resposta concreta" à mobilização de quinta-feira.

O ministro da Administração Interna deixou os polícias esta noite sem entenderem os motivos da demissão do director nacional da PSP e também sem resposta às reivindicações que levaram à manifestação de quinta-feira.

Paulo Rodrigues admitiu que houve uma "atitude mais irrefletida" por parte dos manifestantes, mas acrescentou que "há muito mais por detrás" dessa atitude, pelo que é preciso uma resposta concreta à mobilização de  quinta-feira. Era isso que esperava ouvir hoje do ministro, declarou.

"Esperávamos da parte do ministro da Administração Interna uma clara mensagem aos polícias", uma "resposta que fosse ao encontro das suas reivindicações", disse Paulo Rodrigues, acrescentando que também não foi explicada por Miguel Macedo a demissão do  diretor nacional da polícia, ocorrida hoje.
A manifestação de quinta-feira e as razões que estiveram na base da sua realização não tinham a ver ou eram da responsabilidade do director nacional, além de que as decisões tomadas no âmbito da segurança da manifestação foram as mais corretas, afirmou.
"Impedir a subida da escadaria do Parlamento poderia ter levado à violência"

Mas, infelizmente, não são só com os polícias os conflito.
Para além dos funcionários públicos e dos reformados quase todas as instituições entraram em conflito/ruptura com este governo (excepção feita aos banqueiros e às grandes empresas) o que reforça os receios de conflitualidade latente de que Soares falou.
Alguns exemplos marcantes em 2013 para avivar um pouco a memória.
Dia 19/02/2013
O bastonário da Ordem dos Advogados concorda com Pinto Monteiro no que toca à falta de transparência na separação de poderes.
Marinho Pinto diz que este Governo já deu sinais de não conviver de forma adequada com outras instâncias.
Dia 30/04/2013
“Opte por não deixar morrer os doentes”, pede o bastonário dos médicos ao ministro Vítor Gaspar.
Dia 16/05/2013
UGT e CAP exigem que Governo cumpra acordo saído da Concertação Social.
Dia 02/09/2013
Bastonário dos advogados apresenta “veemente protesto pelo descalabro legislativo”
Dia 15/10/2013
CIP: Governo passa para empresas e famílias o ónus do reequilíbrio das finanças públicas.
Dia 16/10/2013
CIP critica insistência do Governo “num esforço violento de consolidação orçamental”.
Dia 04/11/2013
Governo bate recorde em gastos com escritórios de advogados
Dia 04/11/2013
UGT e CGTP reagiram com satisfação ao relatório da Organização Internacional de Trabalho.
Esperam agora que o Governo seja mais modesto na meta do défice para o próximo ano e que as políticas sejam alteradas.
Dia 05/11/2013
Bastonário dos Médicos diz que guião da reforma do Estado é de uma pobreza confrangedora
Dia 14/11/2013
CCP: Governo tem de negociar com líderes da troika e não com técnicos.
Dia 19/11/2013
Negociações com a tutela suspensas e relações cortadas com o governo.
Esta é a resposta do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) aos cortes no financiamento do Estado ao Ensino Superior.
Dia 22/11/2013
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, reconheceu hoje que Portugal enfrenta constrangimentos orçamentais, mas defendeu que cabe ao Governo o papel de defender os interesses nacionais junto da `troika`.
"UGT não vai fazer quaisquer acordos" com o Governo.
Note-se que aqui não foram abordados os constantes conflitos, e desconfianças, internos dentro do governo e entre o PSD e o CDS que foram mais do que muitos.
Se alguém fez apelos à violência em Portugal, esse alguém, não foi certamente Soares como o demonstram todos estes exemplos, e tantos outros que, ao longo destes dois longos anos de governação PSD/CDS/Cavaco, o país viveu!

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