sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A crise não pode, nem deve, justificar todas as decisões!

Foi exactamente isto que Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa, quis dizer quando alertou para o "instrumento de dominação" em que se transformou esta crise e, como ela tem sido usada para "legitimar ideias que, de outra forma, nenhum de nós, estaria disposto a aceitar".

A propósito dos 40 anos do 25 de Abril, que se celebram dentro de dois meses, Sampaio da Nóvoa recordou o jovem que era então, a viver essa "situação única, irrepetível", que fazia crer que "o futuro de todos estava no mais pequeno gesto de cada um".

"Hoje parece que vivemos a sensação oposta. Sentimos que, façamos o que fizermos, nada muda. Que tudo se decide num lugar longe de nós, num lugar distante da nossa vontade. Precisamos de recuperar essa energia de Abril. Porque somos responsáveis pelo que fazemos, mas também somos responsáveis pelo que deixamos de fazer. Somos responsáveis pelas lutas que travamos, mas também por aquelas a que renunciamos", reiterou.

Afirmou ainda a necessidade de a universidade "se libertar das amarras", de "estar presente em todos os debates da sociedade", mais ligada à economia e às empresas, defendendo mais autonomia e uma "concepção radicalmente diferente da relação do Estado com a universidade".

"Assim como está é que não, definitivamente não", disse, antes de terminar colocando "ao serviço de uma universidade seriamente comprometida com o país" a distinção que hoje recebeu.

São estes valores que devem nortear as iniciativas da sociedade civil!


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