sábado, 15 de março de 2014

O processo da coadoção, no Parlamento, foi vergonhoso!

Não tem a ver com o facto de se apoiar, ou não, a iniciativa pois isso é do foro intimo das pessoas e como tal não deverá merecer qualquer tipo de comentário nem de critica.

Em democracia as partes apresentam, sem demagogias ou populismos baratos, os seus argumentos, rebatem os dos adversários e votam, em consciência e tendo em atenção os interesses dos que os elegeram.

É isto que infelizmente sempre faltou na nossa democracia pois os nossos deputados, parlamentares ou autárquicos, nunca foram mais nada do que braços armados do líder que manda no partido na altura da elaboração das listas de candidatos.

É assim no parlamento, nacional e europeu, nas câmaras e até nas juntas de freguesia.

Foi esta realidade podre e infelizmente transversal, do nosso sistema partidário, que originou a chuva de candidaturas de pseudo independentes nas últimas autárquicas.

Mas também foi esta realidade que proporcionou os vários golpes de teatro que esta lei da coadoção teve pois a primeira votação não foi do agrado de Passos Coelho.

Tudo foi usado para alterar o rumo das coisas e todos, ou quase todos, acenaram com a cabeça perante a voz do dono Passos!

Primeiro foram os jotas com o patético, mal preparado e extemporâneo referendo que pretendia adiar para as calendas a votação final do diploma e eventualmente arrumar a situação com o apoio de sectores mais conservadores da sociedade, mas que morreu`quase à nascença pois as perguntas foram declaradas inconstitucionais ( a incompetência tem destas coisas).

Como a manobra de diversão dos jotas não resultou teve que avançar a democracia musculada da direcção partidária, ou seja, a pressão directa sobre os deputados que tinham apoiado, ou que se tinham abstido, no momento da votação na generalidade.

E como a maioria deles não tem vida própria, fora da política, veio ao de cima a verticalidade de minhoca dos aparelhos partidários e o diploma caiu!

Que os deputados sejam obrigados a votar alinhados com o partido diplomas que representem propostas eleitorais, e quando estão no poder também os orçamentos de estado ou moções de confiança ou de censura eu entendo e aceito.

Agora se os eleitos, que já são escolhidos administrativamente pelas direcções, num processo pouco democrático a nível partidário, ainda forem paus mandados do chefe em qualquer onde fica a democracia representativa?

Quem é o eleito pelo povo para o representar?
O deputado ou o chefe do partido?
Algo tem mesmo que mudar mas não para que tudo fique na mesma!



  


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